A Mulher Africana: Progenitora da humanidade.
Falar da mulher africana se torna uma alegria, pois estamos a falar da progenitora da humanidade como um todo. No entanto essa análise não se limita apenas a mulher negra, porque de fato as mulheres brancas são africanas, e descenderam de um tronco comum africano. Foi só por causa de clima que a mulher branca teve uma despigmentação e mudança fisionomicas, pois devemos perguntar se a mulher branca atualmente tenha as mesma condições que a mulher negra, ou se esta elevando a sua consciência a uma identidade africana de forma a mudar condições de sua irmã negra.
Começando a mulher negra por sua essência humana africana, bem como a mulher branca, são dotadas de inteligência e genialidade, alem de ser reprodutora de mulher e de homens. A sua energia divina, não pode ser questionada de forma alguma, isso porque desde da antiguidade, a sua posição na sociedade é de extrema importância, isso referindo a mulher negra, pois em contraste com a mulher branca, na antiguidade a sua posição se mostra de nenhum valor vital, isso porque na antiguidade no sul as mulheres fazia parte do desenvolvimento social, mas no norte as mulheres não fazia parte do desenvolvimento social, a não ser para reproduzir, ou seja, não tinha nenhum papel fundamental no equilíbrio social, bem como contribuidora na construção da civilização, isso porque a mulher branca nesses tempos era um fardo para o homem branco que carregava de uma lado para outro sem nenhum interesse, sem nenhum amor para o que ele é divinamente. Por outro lado a mulher negra teve o seu papel muito bem fundamentada no desenvolvimento social.
É interessante analisar esse aspetos, porque a mulher negra no sul não ficava a parte em qualquer que seja assuntos de governação e administração, ou seja ela é reivindicada por sua própria natureza de mulher, isso porque a mulher fez parte de tudo aquilo que teve como desenvolvimento e equilíbrio de uma nação, ou seja, o próprio homem reconhecia o papel da mulher e lhe entregava essa função amorosamente para progresso da humanidade, e nem havia quem lhe questionasse a sua autoridade como mulher na construção e administração de uma nação. Isso nos assegura praticament o desenvolvimento de culturas diferentes para ambas as zonas referidas. Na zona norte desenvolveu um cultura patriarcal que essencialmente a linhagem pertence ao homem, e que carregou influencias negativas sobre a mulher que não disponha de nenhum direito de cidadão, nem se quer falar o que pensava. Ela foi apenas um objeto. Isso fazia parte de uma tradição europeia que até hoje se mostra visível, a desvalorização da mulher nas sociedades ocidentais e sociedades colonizadas é patente.
Na zona sul desenvolveu uma cultura matriarcal onde a linhagem é assegurada pela mulher que praticamente estava ao lado do seu homem ou sozinha, a sua autoridade era inquestionável. Mulher negra era rainha, sacerdotisas, governante, administradora, intelectual, arquiteta, conselheira, isso tudo fazia parte de uma cultura matriarcal, que estava presente desde de início na tradição africana, onde a elevação da mulher se mostrou até penetração europeia.
O que aconteceu que tornou a posição subalterna da mulher?
Precisamente, foi com a escravatura e colonialismo com o racismo ao lado, subjugando outras culturas e outros povos, com seus métodos de alienação eficaz levando acreditar que os valores culturais europeus são universais e melhores, e que outros povos precisam conhecer e interiorizar na sua prática vivencial. Certamente nós negros africanos houve um processo diferente, pois nós fomos educados e socializados num pensamento anti africano, fomos levados a acreditar que não temos história, e que praticamente não somos humanos. Nós negros recebemos um tratamento na escala do animal.
No entanto ao interiorizar praticas e valores culturais europeus, a posição da mulher negra se inverteu, passou a ser subalterna, de uma condição inferior, praticamente a escravatura e colonialismo se assentou sobre mulher, isso para quebrar a energia e ligação espiritual e intelectual que a mulher negra mantem com as sociedades africanas, ou seja, a matriarcalidade, que é uma cultura africana de tradição forte desde inicio.
Devemos lembrar que uma sociedade matriarcal, é uma sociedade igualitária e que não há questão de género, não há violência domestica, não há mau tratamento ou desrespeito sobre qualquer mulher, por isso todas as sociedades matriarcais, são sociedades desenvolvidas onde a mulher pode usufruir de qualquer posição em qualquer gerência que implica progresso e desenvolvimento. Em contraste com uma sociedade patriarcal, onde o sofrimento da mulher é 365 dias, essa sociedade se mostra tão desequilibrada, que só nos últimos anos que a mulher vai se erguendo para seus direitos, pois nessa sociedades patriarcais, os homens pensem que vão sobreviver ou progredir sem o complemento feminino, onde ficam a relegar o papel da mulher só na áreas domesticas, a mulher como homem apresenta os mesmo direitos, isso só temos como referencia a cultura africana na antiguidade, onde o papel da mulher negra foi tão importante como o papel do homem na construção da civilização humana.
Creio que uma educação afrocentrada ou concentricidade como disciplina nas universidades e escolas secundárias, poderiamos tirar bom proveito na educação das mulheres africanas, com objetivo de mudar a sua condição, e mudar a opinião mundial sobre o papel das mulheres negras na antiguidade e o seu papel no progresso humano, bem como na cooperação com outras mulheres para o bem mutuo, isso para desmitificar e destruir a subalternização das mulheres no mundo.
Novamente para tirar o proveito e o privilégio, teremos que estudar os valores negros na antiguidades, estudar as civilizações africanas, e interiorizar pensamentos dos nossos ancestrais, porque já basta de interiorizar pensamentos antiafricanos, pensamento que traz o mau tratamento para as nossas mulheres. Devemos assim, recusar esses pensamentos que relega as nossas mulheres para o sofrimento, porque ao fazer isso estamos a destruir a nós mesmo, estamos a desequilibrar a nossa balança da vida, fazendo isso estamos a destruir a essência divina. Mulher é símbolo da vida é ela que traz ao mundo todos nós e todos nós devemos respeitar a mulher até ultima instancia. Teremos que pensar várias vezes, questionar se for preciso, pois a mulher foi dada o privilégio de gerar vidas. Ela é progenitora da humanidade!
Bruno Lopes
Universidade de Cabo Verde
História, Estudos Africanos
Pós-Graduação:
Afro Centricidade e Educação
Cabo Verde – África
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